É pena... sapatos de ferro em escada de flores (Iara Ribeiro)


Espetáculo: "Os invisíveis"
Foto: Natália Barcelos e Fábio Oliveira da Órion Fotografia
“O espetáculo “Os invisíveis”, é uma chama libertária, trazendo em sua poética, linguagens como: pantomima, acrobacias, malabares, pirofagia, música, e outros elementos que levarão o público a uma viagem pela vida do “visível” e do “invisível”.
O que você vê?
O que você quer ver?
Dentro de um conceito visual simbólico, uma criança que mora na rua, faz uma oração pedindo uma bicicleta, como isso não acontece, ele resolve ir ao céu pra falar com Deus, quando ele volta para casa seu presente está lá, porém é uma bicicleta que só tem uma roda e não tem guidão (um monociclo circense), como ele apenas conhece a realidade das ruas, a miséria e os maus tratos, não iria conhecer o universo circense e claro ele não se alegra com o presente
O tempo vai passando e de maneira teatral o sol, a lua e outros elementos, dançam em cena, mostrando a passagem do tempo e o menino se transforma em um homem, um homem sem esperanças, que perdeu toda sua ternura. E de alguma maneira tenta sobreviver nas ruas, desenvolve artimanhas, enfrenta a arrogância das pessoas e em uma tarde de temporal, ele encontra uma menina que também mora de rua, mas que ama a vida em sua totalidade, apesar de toda dor que a rua pode trazer.
E do silêncio a palavra começam a construir um circo com suas miserabilidades lépidas. Afinal em tudo há beleza, depende do ângulo que estamos dispostos a “olhar”, depende da nossa vontade de mudar as coisas, mesmo que sejam coisas simples, mesmo que seja "uma xícara fora do lugar". É preciso revidar os determinismos que são impostos e que nos assolam diariamente, isso já seria um bom começo!
O espetáculo vai poeticamente/metaforicamente questionar o ato do invisível se tornar visível ou do visível estar sempre invisível!
E mesmo que levantem bandeiras e julguem os que labutam nas ruas, nas vielas, nos becos, nas marquises, ainda que o sistema tacanho os ignore, é preciso darmos um grito de liberdade por meio da arte!
A nossa tentativa é dialogar com as pessoas, oferecendo um espaço para o pensamento e manter viva poesias humanas que tristemente morre todos os dias e a nossa luta será ressuscitá-las sempre”. (Iara Ribeiro)
FICHA TÉCNICA
Elenco: Adriano Braga e Iara Ribeiro
Equipe: Gabi Souza, Jeff Rozas, Rebecca Dansiger e Jocimar Nunes
Texto e direção geral: Iara Ribeiro